Câncer e depressão: o peso emocional da doença

Câncer e depressão

Câncer e depressão são duas condições que, quando se encontram, desafiam não apenas o corpo, mas também a alma. O diagnóstico de câncer, por si só, costuma provocar uma profunda ruptura emocional. A vida, antes conduzida em certa normalidade, passa a ser atravessada por incertezas, medo e um turbilhão de sentimentos difíceis de nomear. O impacto psicológico dessa notícia é tão intenso que, em muitos casos, a depressão se instala como resposta à dor, à vulnerabilidade e às mudanças impostas pela doença e pelo tratamento. Mas o sofrimento emocional não se limita ao início da jornada. Ele se estende durante o tratamento — quando o corpo passa por transformações e o cotidiano é completamente reconfigurado — e também após o fim dele, quando o paciente se vê diante da necessidade de reconstruir a própria vida e lidar com o medo constante da recidiva. Neste artigo, vamos refletir sobre como o câncer e a depressão se entrelaçam em diferentes etapas dessa trajetória, destacando a importância de um olhar sensível e integral para a saúde mental dos pacientes oncológicos. 1. O impacto do diagnóstico: quando o chão desaparece Receber o diagnóstico de câncer é, para muitos, como perder o chão. Em um instante, o futuro parece incerto, e o presente é tomado por uma mistura de choque, negação e medo. Nesse momento, câncer e depressão podem caminhar lado a lado, já que o sentimento de impotência e a quebra da sensação de controle são gatilhos poderosos para o sofrimento emocional. É comum que o paciente sinta raiva, tristeza profunda ou apatia. Alguns se retraem, outros se revoltam, e há quem tente manter a aparência de força, mesmo estando emocionalmente devastado por dentro. Essa oscilação é natural, mas quando a desesperança e a falta de energia se prolongam, pode indicar o início de um quadro depressivo. O acolhimento psicológico logo após o diagnóstico é essencial. Ele permite que o paciente expresse seus medos e dores, compreenda o processo pelo qual está passando e encontre recursos internos para lidar com as mudanças que virão. 2. Durante o tratamento: corpo em batalha, mente em exaustão Durante o tratamento, o corpo é submetido a procedimentos intensos — cirurgias, quimioterapia, radioterapia — e cada etapa traz novos desafios físicos e emocionais. A queda de cabelo, as náuseas, o cansaço constante e a alteração na autoimagem podem reforçar sentimentos de tristeza, vergonha e perda de identidade. Neste ponto da jornada, câncer e depressão se tornam uma combinação perigosa, pois o abatimento físico tende a potencializar o sofrimento emocional. O paciente pode sentir-se isolado, incompreendido e sem energia para interagir com o mundo à sua volta. Além disso, o tratamento prolongado pode gerar uma sensação de aprisionamento no tempo — os dias se confundem entre consultas, exames e efeitos colaterais. Muitos relatam sentir-se em “modo de sobrevivência”, apenas cumprindo etapas, sem espaço para pensar no futuro. Nesse momento, o apoio de familiares, amigos e profissionais de saúde mental é fundamental para oferecer suporte emocional. Terapias individuais ou em grupo, por exemplo, ajudam a ressignificar a experiência e a manter viva a esperança. Leitura complementar: Mulheres com câncer de mama tem mais chances de depressão 3. O pós-tratamento: quando o medo não vai embora Concluir o tratamento é, sem dúvida, uma conquista. No entanto, o fim dos procedimentos médicos não significa o fim da luta emocional. É justamente nesse período que muitos pacientes relatam sentir o peso do que viveram. A rotina volta a ser mais silenciosa, as consultas diminuem e, de repente, há espaço para o que antes não cabia: a reflexão sobre tudo o que aconteceu. Nesse momento, câncer e depressão podem reaparecer de maneira silenciosa. O medo da recidiva da doença é constante, especialmente nas vésperas dos exames de rotina. Cada dor, cada alteração no corpo pode despertar a ansiedade e o temor de reviver o pesadelo. Além disso, o paciente precisa lidar com as marcas deixadas pelo tratamento — físicas e emocionais. É comum sentir-se diferente, “fora de lugar” no próprio corpo e na própria vida.  A reconstrução da autoestima e da confiança no futuro torna-se, então, uma nova fase do processo de cura. A psicoterapia desempenha um papel essencial nesse momento. Ela ajuda o indivíduo a elaborar o trauma, compreender as perdas e encontrar novos significados para sua trajetória. O suporte emocional é tão importante quanto o acompanhamento médico, pois sem ele o risco de recaída depressiva é elevado. 4. A importância do olhar integral: corpo, mente e alma Falar sobre câncer é falar sobre a necessidade de enxergar o ser humano em sua totalidade. O tratamento oncológico não pode se limitar ao corpo físico — é preciso cuidar também da mente e das emoções. O sofrimento psíquico influencia diretamente a adesão ao tratamento, a qualidade de vida e até mesmo a recuperação física. Os profissionais de saúde mental têm um papel indispensável na equipe multidisciplinar. Psicanalistas, psicólogos e psiquiatras ajudam o paciente a compreender o que sente, a elaborar as angústias e a reconstruir o sentido da existência diante da vulnerabilidade que a doença impõe. Da mesma forma, familiares e amigos precisam estar atentos aos sinais de tristeza profunda, desânimo e isolamento. A escuta empática e a presença afetiva podem fazer toda a diferença no enfrentamento conjunto de câncer e depressão. Câncer e Depressão – Conclusão Enfrentar o câncer exige coragem, paciência e acolhimento. O diagnóstico abala estruturas, o tratamento consome forças e o pós-tratamento desafia o recomeço. Em cada etapa, o cuidado emocional, psicológico, é tão essencial quanto o médico. Reconhecer o peso dessa vivência é um passo importante para romper o silêncio e permitir que o paciente se sinta visto e compreendido. Falar sobre saúde mental no contexto do câncer é abrir espaço para o cuidado integral — aquele que acolhe a dor, mas também cultiva a esperança. Porque, no fim das contas, o tratamento não é apenas sobre sobreviver, mas sobre reaprender a viver. Leia também – Outubro Rosa: um convite ao autocuidado

Ansiedade: quando é hora de buscar ajuda?

Ansiedade

A ansiedade tem se tornado um problema crescente no mundo, e o Brasil ocupa um papel alarmante nessa “epidemia global” de transtornos ansiosos. Segundo reportagem da revista Veja, nosso país está entre os que mais apresentam casos de ansiedade, o que evidencia a necessidade de atenção redobrada a esse tema tão relevante para a saúde pública. Confira a reportagem completa aqui. Diante desse cenário, entender quando a ansiedade ultrapassa o limite do natural e se torna um problema que exige acompanhamento profissional é essencial. Muitas pessoas convivem com sintomas que impactam suas vidas sem saber que podem buscar ajuda e tratamento. Neste artigo, vamos falar sobre os sinais que indicam a necessidade de intervenção, quando buscar ajuda e como a psicanálise pode contribuir para o entendimento e manejo desse quadro. O que é ansiedade? É um sentimento caracterizado por inquietação, medo ou apreensão diante de situações percebidas como ameaçadoras. Em doses moderadas, ela pode ser até benéfica, estimulando a atenção e o foco para resolver problemas. Porém, quando se torna excessiva, recorrente e difícil de controlar, e pode comprometer a qualidade de vida, o funcionamento social, profissional e pessoal. Sintomas comuns da ansiedade Reconhecer seus sintomas é o primeiro passo para identificar quando a ajuda profissional é necessária. Eles podem se manifestar tanto no corpo quanto na mente, incluindo: É importante lembrar que a ansiedade pode se apresentar de formas diferentes em cada pessoa, e o impacto varia conforme a intensidade e frequência dos sintomas. Quando estar ansioso se torna um problema? Estar ansioso diante de um desafio, uma prova, uma apresentação ou uma mudança na vida é comum e esperado. Contudo, isso se torna um problema quando: Nesses casos, é essencial buscar ajuda para evitar que o quadro se agrave e desencadeie outros transtornos, como a depressão. A importância de buscar ajuda profissional Muitas pessoas relutam em procurar ajuda por medo do estigma, falta de informação ou porque acreditam que devem enfrentar a ansiedade sozinhas. Porém, o acompanhamento terapêutico é fundamental para: Como a psicanálise ajuda no tratamento da ansiedade? Na psicanálise, o sofrimento causado pela ansiedade é visto como um sinal de conflitos internos que precisam ser explorados e elaborados. Durante as sessões, o paciente é convidado a falar livremente sobre seus pensamentos, sentimentos, sonhos e memórias, enquanto o psicanalista oferece escuta atenta e interpretações que ampliam a compreensão de si mesmo. Esse método permite que o paciente: A psicanálise investiga o inconsciente e as raízes profundas da ansiedade, ajudando o paciente a entender as conexões entre passado e presente. Esse processo possibilita uma transformação duradoura, que vai além do alívio dos sintomas. Sinais claros de que é hora de buscar ajuda Você pode estar diante do momento certo para buscar ajuda profissional se: Reconhecer esses sinais é um ato de cuidado consigo mesmo e um passo importante para uma vida mais equilibrada e saudável. Conclusão A ansiedade faz parte da experiência humana, mas quando ela deixa de ser um alerta temporário para se transformar em sofrimento constante, é essencial buscar ajuda. O acompanhamento profissional, especialmente por meio da psicanálise, pode ser decisivo para compreender as raízes desse mal-estar e construir caminhos para o alívio e a transformação pessoal. Se você ou alguém próximo está vivendo com ansiedade que compromete a qualidade de vida, não hesite em procurar apoio. Cuidar da saúde mental é um ato de coragem e amor próprio, que abre portas para uma vida mais plena e consciente. Leia também: 10 dicas de livros sobre ansiedade

Depressão: o que é, sintomas e tratamento

Depressão

A depressão é uma das condições de saúde mental mais prevalentes no mundo atual. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 280 milhões de pessoas no mundo sofrem com depressão — um número que reforça a urgência de se falar sobre o tema com seriedade e empatia. Apesar de amplamente falada, ainda é, muitas vezes, mal compreendida. Muitos a confundem com tristeza passageira ou a associam a fraqueza, falta de fé ou desmotivação. No entanto, ela é um quadro complexo que envolve fatores emocionais, inconscientes, históricos e, muitas vezes, sociais.  Neste artigo, vamos explorar o que é a depressão, como diferenciá-la da tristeza, seus sintomas mais comuns e de que maneira a psicanálise pode contribuir profundamente no processo de tratamento e elaboração desse sofrimento psíquico. O que é? A depressão é um transtorno psíquico caracterizado por um estado persistente de desânimo, apatia e perda de interesse pela vida. Diferente da tristeza, que costuma ter um motivo identificado e é passageira, a depressão se manifesta como um sofrimento mais duradouro e paralisante. Muitas vezes, a pessoa não consegue explicar exatamente o que sente, apenas relata que “não vê sentido em nada” ou que perdeu o gosto por tudo o que antes lhe dava prazer. Na visão psicanalítica, a depressão não é apenas um desequilíbrio químico no cérebro, mas uma manifestação do inconsciente. Ela pode estar relacionada a conflitos internos não elaborados, vivências precoces de abandono, repressão de desejos e sentimentos, perda de sentido existencial ou um ideal de eu inatingível, alimentado por um superego punitivo. A depressão, nesse sentido, pode ser uma forma silenciosa do psiquismo pedir escuta, atenção e elaboração. Tristeza e depressão: qual a diferença? Embora a tristeza e a depressão compartilhem alguns aspectos em comum, como o rebaixamento do humor e a perda de interesse por atividades, é fundamental diferenciá-las. A tristeza é uma emoção humana natural, geralmente ligada a um acontecimento específico, como a perda de alguém, uma decepção ou frustração. Ela costuma ter um começo, meio e fim. Já a depressão, por outro lado, é um estado mais profundo e duradouro. Muitas vezes, não está ligada a um evento concreto. A pessoa pode estar vivendo uma vida aparentemente estável, com boas condições, mas sentir-se vazia, sem propósito ou completamente desconectada de si mesma e dos outros. A depressão também pode afetar a forma como o indivíduo pensa, sente e age, impactando significativamente sua qualidade de vida. Sintomas da depressão A depressão pode se manifestar de diferentes formas e variar de intensidade, mas alguns sintomas são recorrentes: É importante lembrar que nem toda pessoa com esse transtorno psíquico apresentará todos esses sintomas, e eles podem variar conforme a estrutura psíquica de cada indivíduo. Tratamento e o lugar da psicanálise O tratamento pode envolver diferentes abordagens, como o uso de medicamentos antidepressivos, acompanhamento psiquiátrico, psicoterapia e mudanças no estilo de vida. No entanto, é essencial compreender que medicamentos, embora importantes em muitos casos, não atuam na raiz do sofrimento psíquico — eles aliviam os sintomas, mas não elaboram os conflitos que deram origem à depressão. Nesse ponto, a psicanálise surge como uma ferramenta fundamental. O trabalho psicanalítico não visa apenas o alívio imediato, mas a escuta profunda do sujeito, de sua história, de seus afetos, desejos e traumas. Por meio da associação livre, da interpretação e do vínculo transferencial, a pessoa em análise pode começar a acessar conteúdos inconscientes que estão na base do seu sofrimento. Ao colocar em palavras o que antes era apenas sintoma ou silêncio, a pessoa encontra novas formas de lidar com suas dores, resgatar seu desejo e reconstruir o sentido da própria vida. A psicanálise convida o sujeito a se conhecer de verdade — não para se adaptar ao mundo, mas para se responsabilizar por sua existência de forma mais autêntica e menos repetitiva. Conclusão A depressão é uma condição séria, que merece atenção, acolhimento e cuidado. Ela não é preguiça, fraqueza ou falta de fé, mas um sinal de que algo interno precisa ser escutado e elaborado. Diferente da tristeza, a depressão paralisa, isola e esvazia o sentido da vida. Seus sintomas podem afetar profundamente o cotidiano e as relações. Buscar ajuda profissional é um passo importante e corajoso. A psicanálise oferece um espaço seguro para que o sujeito possa se escutar, se reencontrar e, aos poucos, transformar o sofrimento em possibilidade de reconstrução. Falar sobre depressão é também uma forma de combater o estigma e abrir caminhos para o cuidado. Se você ou alguém próximo estiver enfrentando a depressão, saiba que existe tratamento e que é possível ressignificar essa dor com o tempo, escuta e acompanhamento adequado.

Tipos de fobia mais comuns e como superá-las

Tipos de fobia

Você já sentiu um medo intenso e aparentemente irracional diante de algo específico, como altura, aranhas ou até multidões? Esse tipo de medo pode estar relacionado a uma fobia. As fobias são transtornos de ansiedade caracterizados por um medo persistente e excessivo de um objeto, situação ou atividade. Estima-se que milhões de pessoas em todo o mundo convivam com algum tipo de fobia, que pode afetar significativamente a qualidade de vida. Neste artigo, vamos abordar os tipos de fobia mais comuns, seus sintomas e, principalmente, como é possível superá-las com ajuda da psicanálise. Se você ou alguém próximo sofre com alguma fobia, saiba que existe tratamento e esperança para viver de forma mais leve e segura. O que são fobias? As fobias são reações exageradas de medo frente a estímulos específicos, muitas vezes desproporcionais à ameaça real. Elas se classificam em três grandes grupos: Independentemente da categoria, todos os tipos de fobia têm um impacto emocional real e merecem atenção. Tipos de fobia mais comuns 1. Aracnofobia (medo de aranhas) A aracnofobia é um dos tipos de fobia mais comuns e causa reações como pânico, sudorese e fuga ao ver uma aranha, mesmo que ela não represente perigo. 2. Acrofobia (medo de altura) Pessoas com acrofobia sentem medo de lugares altos, como varandas, escadas ou até imagens que envolvam altura. A sensação pode ser de tontura, vertigem ou desequilíbrio. 3. Claustrofobia (medo de lugares fechados) A claustrofobia é caracterizada pelo medo de espaços confinados, como elevadores, túneis ou aviões. Entre os tipos de fobia, essa é uma das que mais impactam a rotina cotidiana. 4. Fobia social A fobia social causa um medo profundo de situações sociais, como falar em público, fazer apresentações ou simplesmente interagir com desconhecidos. Está entre os tipos de fobia que mais afetam a autoestima. 5. Agorafobia A agorafobia é o medo de locais abertos ou muito cheios, nos quais fugir ou receber ajuda pareceria difícil. Muitas pessoas com esse tipo de fobia acabam evitando sair de casa. 6. Hemofobia (medo de sangue) A hemofobia provoca reações como desmaios ou náuseas diante de sangue, ferimentos ou procedimentos médicos. É comum que a pessoa evite exames ou tratamentos por conta do medo. 7. Ofidiofobia (medo de cobras) A ofidiofobia é um medo intenso de cobras, mesmo quando o animal está longe ou aparece apenas em imagens. É um dos tipos de fobia com raízes instintivas e culturais profundas. Como superar as fobias A psicanálise como caminho de transformação Entre os diversos caminhos possíveis, a psicanálise se destaca por buscar a compreensão profunda da origem dos sintomas. A fobia, segundo a psicanálise, pode representar um deslocamento simbólico de um medo inconsciente, que se manifesta em algo externo mais “aceitável” de temer. Ou seja, o medo da cobra, da altura ou do sangue pode ser a expressão de algo mais antigo, enraizado na história subjetiva da pessoa. O processo analítico não visa apenas “eliminar o sintoma”, mas sim escutar o que ele tem a dizer. A partir dessa escuta, o sujeito pode ressignificar o medo, compreender seus vínculos emocionais com o objeto fóbico e, com o tempo, conquistar mais liberdade diante do que antes o paralisava. A psicanálise permite uma transformação que vai além da redução de sintomas — ela abre espaço para uma vida mais autêntica, menos controlada pelo medo e mais conectada com o desejo. Outras abordagens Embora o foco deste artigo esteja na psicanálise, é importante lembrar que há outras formas de tratamento para os diferentes tipos de fobia: Terapia cognitivo-comportamental (TCC) A TCC é eficaz para promover enfrentamentos gradativos, ajudar na reestruturação de pensamentos distorcidos e desenvolver estratégias de controle da ansiedade. Medicação Em casos mais intensos, o uso de medicamentos pode ser indicado por um psiquiatra, especialmente quando há crises de pânico associadas. Eles atuam como apoio para a terapia psicológica. Técnicas de relaxamento Ferramentas como respiração profunda, mindfulness, yoga e meditação podem reduzir os níveis de ansiedade e melhorar a qualidade de vida durante o processo terapêutico. Apoio emocional Ter uma rede de apoio ou mesmo buscar grupos terapêuticos pode ajudar no processo de superação. O acolhimento e o não julgamento fazem grande diferença. Para aprofundar a visão psicanalítica sobre as fobias, assista ao vídeo. Tipos de fobia – Conclusão Superar uma fobia não é apenas deixar de ter medo — é abrir espaço para um novo modo de viver. Os diferentes tipos de fobia nos mostram que o medo pode assumir diversas formas, mas todas têm algo a revelar sobre nós mesmos. A psicanálise nos convida a escutar esse medo, entender sua origem e transformá-lo em potência de mudança. Com o suporte adequado, é possível atravessar os caminhos internos do medo e encontrar, ao final, mais autonomia, segurança e bem-estar. Se você se identificou com algum dos tipos de fobia apresentados aqui, talvez seja o momento de iniciar esse mergulho profundo em si mesmo. O medo pode ser um portal — e não um obstáculo — quando escolhemos escutá-lo com coragem e acolhimento.

Fobias e saúde mental: quando o medo controla a sua vida

Fobias

O medo é uma emoção natural do ser humano. Ele nos protege de situações perigosas e nos ajuda a reagir diante de ameaças reais. No entanto, quando esse medo se torna irracional, desproporcional e persistente, pode assumir um papel limitador na vida da pessoa. Estamos falando das fobias — distúrbios de ansiedade que afetam milhões de pessoas em todo o mundo e têm impacto direto na saúde mental. Neste artigo, vamos explorar o que são as fobias, como elas se manifestam, suas causas, e de que maneira podem comprometer o bem-estar psicológico e a qualidade de vida. Além disso, abordaremos possíveis formas de tratamento e caminhos para recuperar o controle sobre a própria vida. O que são as fobias? Uma fobia é um medo intenso e irracional diante de um objeto, situação ou ser vivo que, na maioria das vezes, não representa um perigo real. Ao contrário de um simples desconforto, a fobia provoca uma resposta emocional e física imediata, como ansiedade intensa, taquicardia, sudorese e até crises de pânico. É importante diferenciar medo e fobia. Enquanto o medo pode ser considerado uma resposta normal e até saudável em certas situações, a fobia paralisa, isola e interfere na rotina do indivíduo. A pessoa com fobia costuma evitar situações específicas a qualquer custo, o que pode comprometer relações sociais, vida profissional e até mesmo tarefas simples do cotidiano. Causas e origens das fobias As causas das fobias são diversas e envolvem uma combinação de fatores biológicos, psicológicos e ambientais. Experiências traumáticas na infância, eventos marcantes ou mesmo a observação do medo em pessoas próximas podem contribuir para o desenvolvimento de uma fobia. Além disso, fatores genéticos e desequilíbrios químicos no cérebro, como alterações nos níveis de neurotransmissores relacionados à ansiedade, também desempenham um papel relevante. Pessoas com histórico familiar de transtornos de ansiedade têm maior probabilidade de desenvolver algum tipo de fobia ao longo da vida. Tipos de fobia: conhecendo as principais As fobias podem se manifestar de diferentes formas e estão geralmente associadas a objetos, situações ou contextos específicos que despertam medo irracional. Entre as mais comuns, destacam-se a fobia social, a agorafobia e as fobias específicas — como medo de altura, de animais, de voar ou de lugares fechados. Cada uma dessas fobias possui características e impactos distintos na vida da pessoa. No entanto, todas compartilham o mesmo núcleo: o medo intenso que interfere na rotina e no bem-estar. Em um próximo artigo, abordaremos com mais profundidade cada um desses tipos, suas particularidades e os desafios que apresentam no cotidiano de quem convive com eles. Impactos das fobias na saúde mental Viver com uma fobia pode ser profundamente desgastante. O constante estado de alerta e evitação contribui para o aumento da ansiedade, o isolamento social e até a depressão. A pessoa começa a moldar sua vida em torno do medo, abrindo mão de oportunidades, relacionamentos e experiências por não conseguir lidar com a intensidade emocional que a fobia provoca. Além disso, a autocrítica e a vergonha associadas à própria condição podem dificultar ainda mais a busca por ajuda. Muitos acreditam que deveriam simplesmente “superar” ou “deixar pra lá”, o que contribui para o agravamento do quadro. Como tratar uma fobia? Apesar do sofrimento que causam, as fobias são tratáveis. O primeiro passo é o reconhecimento do problema e a busca por ajuda especializada. Dentre os tratamentos mais comuns, destacam-se: Psicanálise A psicanálise é uma abordagem profunda e transformadora no tratamento das fobias. Diferente de terapias focadas apenas nos sintomas, a psicanálise busca compreender as raízes inconscientes do medo, explorando vivências passadas, conflitos internos e traumas que, muitas vezes, foram reprimidos ou esquecidos. Por meio da escuta analítica, o sujeito é convidado a refletir sobre sua história, seus afetos e repetições, criando sentido para o que antes parecia apenas um medo sem explicação. É um processo que leva tempo, mas que permite mudanças duradouras e um fortalecimento interno diante das angústias da vida. Muitas vezes, a fobia é uma expressão simbólica de algo mais profundo — um afeto deslocado, uma dor não nomeada, um trauma encapsulado. Ao acessar essas camadas psíquicas, a pessoa tem a chance de ressignificar o medo, retomando sua liberdade emocional. Terapia cognitivo-comportamental (TCC) A TCC é uma abordagem bastante eficaz e prática no tratamento das fobias. Ela auxilia o paciente a identificar pensamentos distorcidos, crenças limitantes e padrões de comportamento que alimentam o medo. Por meio de técnicas de exposição gradual, é possível reduzir a sensibilidade diante do objeto fóbico, promovendo maior autonomia. Medicamentos Em certos casos, especialmente quando a fobia está associada a quadros mais amplos de ansiedade ou depressão, o uso de medicamentos pode ser recomendado. Ansiolíticos e antidepressivos, sempre com prescrição e acompanhamento médico, podem auxiliar na regulação emocional, enquanto o tratamento psicoterapêutico atua nas causas e na elaboração psíquica. Conclusão Viver com uma fobia é mais do que sentir medo — é ter a vida limitada por ele. Quando o medo deixa de ser um mecanismo de proteção e passa a controlar decisões, comportamentos e emoções, é hora de olhar com mais atenção para a própria saúde mental. Reconhecer uma fobia é um ato de coragem. Buscar tratamento é um passo importante rumo à liberdade emocional e ao bem-estar. O medo pode até bater à porta, mas não precisa ser o protagonista da sua história. A psicanálise nos convida a olhar para o que está por trás do sintoma, a ouvir o que o medo está tentando dizer sobre nós mesmos. E, nesse processo, redescobrir-se. Porque cuidar da saúde mental é, antes de tudo, um caminho de retorno a si. Se você convive com alguma fobia ou conhece alguém nessa situação, saiba que a ajuda é possível — e necessária. Cuidar de si é um gesto de amor e responsabilidade com a própria vida.

Síndrome de Burnout: causas, sintomas e tratamento

Síndrome de Burnout

A Síndrome de Burnout é um distúrbio emocional cada vez mais comum na sociedade moderna, especialmente entre profissionais que enfrentam altas demandas e pressão constante no ambiente de trabalho. Caracterizada pelo esgotamento físico e mental, essa condição pode comprometer significativamente a qualidade de vida e o desempenho profissional. Neste artigo, vamos explorar o que é o Burnout, suas principais causas, sintomas e formas de tratamento. O que é a Síndrome de Burnout? A Síndrome de Burnout, também conhecida como esgotamento profissional, é um estado de exaustão extrema causado pelo estresse crônico relacionado ao trabalho. Foi descrita pela primeira vez nos anos 1970 pelo psicólogo Herbert Freudenberger e, desde então, passou a ser amplamente estudada. Ela é caracterizada por três elementos principais: Em 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu o Burnout na Classificação Internacional de Doenças (CID-11), reconhecendo-o como um fenômeno ocupacional. Causas O Burnout é resultado de um estresse excessivo e prolongado no ambiente de trabalho. Algumas das principais causas incluem: Sintomas Os sintomas do Burnout podem se manifestar de diversas formas, afetando tanto o corpo quanto a mente. Os principais são: Sintomas físicos Sintomas emocionais Sintomas comportamentais Tratamento para a Síndrome de Burnout O tratamento do Burnout envolve uma combinação de estratégias psicológicas, médicas e comportamentais. Algumas abordagens eficazes incluem: Psicoterapia A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma das abordagens mais recomendadas para tratar o Burnout. Ela ajuda o paciente a identificar padrões de pensamento negativos e desenvolver estratégias para lidar melhor com o estresse. Mudanças no estilo de vida Adotar hábitos saudáveis pode contribuir significativamente para a recuperação do Burnout: Veja mais dicas aqui. Apoio profissional e social Buscar apoio de colegas, amigos e familiares é essencial para enfrentar o Burnout. Além disso, conversar com o gestor sobre a necessidade de ajustes no ambiente de trabalho pode ser uma solução viável. Uso de medicamentos Em alguns casos, quando há sintomas graves de ansiedade ou depressão, um profissional de saúde pode recomendar o uso de medicamentos. No entanto, essa decisão deve ser tomada com acompanhamento médico. Leia também: Saúde mental no trabalho: dicas para reduzir o estresse no dia a dia profissional Conclusão A Síndrome de Burnout é um problema sério que pode comprometer tanto a saúde mental quanto física. Identificar os sinais precoces e buscar ajuda são passos fundamentais para prevenção e tratamento. Investir no bem-estar e no equilíbrio entre vida profissional e pessoal é essencial para evitar o esgotamento e garantir uma melhor qualidade de vida. Se você ou alguém que conhece está enfrentando sintomas de Burnout, procure apoio profissional o quanto antes.